Meus bons dias voltaram?
Essa dúvida me permeava.
Era difícil sobreviver de um lugar sombrio e não voltar com expectativas de algo novo.
Eu vinha de traumas e violências de todos os tipos.
Sangrei rios para conseguir voltar.
Em algum momento,mesmo contra minha vontade.
Estar no topo do mundo do egoísmo,é reflexo de anos de insegurança.
Justifica?
Talvez sim,talvez não.
Uma pessoa só falando é um monólogo,duas pessoas é uma conversa.
Quer dizer,não necessariamente,as vezes é só uma simulação de interesse.
Clareza nos sentimentos e na demonstração deles,são lugares que as pessoas se negam a estar.
Porque?
Medo de mostrar suas fragilidades.
Se mostrar superior ao outro,alem de forte e feliz para o mundo.
Uma grande idiotice.
Mas mesmo sabendo desse erro e como ele é fatal,a grande maioria permanece lá.
Eu sou o maior sábio dos estúpido.
Uma lenda dos erros visíveis e evitáveis.
Me afoguei bastante no álcool antes de desistir.
Tentei ignorar a dor do vazio,substituindo pela dor física.
Me joguei de cabeça em viver o momento.
Não me arrependo.
Loucuras podem ser um dos poucos alimentos da alma que valem nesse final.
Voce se arrependeu daquele momento?
Eu não.
Estou lutando guerras internas,em terrenos diversos.
Trazendo feridas que me fazem definhar aos poucos.
As vozes que conversam com minha sanidade são partes dessa vivência louca.
Eu achei certezas mas quem me carrega são as incertezas.
Querido diário,o fim está próximo.
Eu não posso continuar desse jeito.
Por isso estou aqui rasgando minhas anotações recentes.
E mesmo esse velho louco Vigário,também precisa descansar.
Talvez vocês encontrem rascunhos ou anotações queimadas por ai.
Mas no momento esse é um encerramento.
Leia,reflita e viva.