segunda-feira, 22 de outubro de 2018

A queda do muro




“A vida tem que continuar”...

Esse é o lema que muitos têm para a vida.

Eu acredito nesse lema, a diferença é que não crio uma estratégia na vida que faça esse lema seguir em um caminho mais seguro.

Vivo o hoje, da forma que você pode considerar, o caminho mais egoísta possível.

Porem existe algo que me tira dessa bolha de tranquilidade e lobo solitário, vínculos afetivos.

Amizades no geral, tem maiores dificuldades para entrar no meu mundo.

John e os outros são realmente grandes amigos, mas acima de tudo, pessoas super evoluídas.

Eu não teria a metade da paciência que eles tem comigo, eles realmente lutam por mim.

Porém, relacionamentos são sempre mais profundos.

Os amores da minha vida, chegam e edificam um lugar seguro na minha história.

Essa minha proteção das relações afetivas é algo automático, uma defesa natural.

E eu sempre crio um muro, um muro simbólico, onde deixo marcado todos esses bons sentimentos.

As partes negativas também estão lá, para me lembrar sempre, que isso faz parte do convívio social.

Esse muro sempre me fez bem, sempre.

Mas agora eu vejo ele desmoronando aos poucos.

Cada dia uma parte da estrutura se deteriora mais.

E isso vai me fazendo mal, cada dia que passa com esse sentimento e assistindo a isso, vai me deprimindo, vai me machucando.

Enquanto o muro está ali, eu fico estagnado, não consigo caminhar.

Eu não quero me relacionar com ninguém, sou assim de espírito.

Não procuro por diversão ou novas experiências, pelo contrário.

Não tenho paciência nenhuma para jovens ou velho, na verdade não tenho paciência para pessoas.

Na minha longa vida, passaram  várias pessoas que chegaram a conclusão de que eu era apenas amargo, faz sentido.

Sou uma alma que reencarnou por engano.

Cheguei aqui sem missão, e ai me entediei.

Existe uma lenda antiga, que diz que vampiros, seres imortais ,viviam séculos e séculos ,amaldiçoados por não conseguir morrer.

Com isso eram obrigados a assistirem filhos, amores e amigos morrendo por eras.

Certo dia um vampiro encontrou um elixir que prometia o fim da imortalidade.

Ele bebeu e foi amaldiçoado novamente, seu corpo morreu e sua alma foi para reencarnação com o sentimento de tédio que ele trazia de todos esses séculos andando pelo mundo sem sentido.

Talvez eu seja essa reencarnação.

Tenho esse tédio, esse desgaste de sentimento e a sensação de imortalidade, com essa rotina nada saudável e alcoólica do meu dia a dia.

Hoje quando acordei, ouvi um estrondo, senti a garganta seca e uma lágrima desceu.

Fiquei pensativo tentando entender aquele sentimento de vazio que apareceu.

Fui interpretando todos os sinais dados e cheguei à conclusão.

Chegou o dia da queda do muro.



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