Da série, não vou mais fazer isso.
La estava eu novamente em uma espécie de tocaia do destino.
Já tive muitos dias loucos na minha vida.
E esse se encaminhava para ser algo sob controle.
Pelo menos era o que eu planejava, controle.
Eu acabava de voltar de um final de semana em Las Vegas com o grupo mais sem limites da
história.
Latini como o organizador, Ari e John dando cobertura e o trio de mulheres que tacariam fogo no planeta, a loba de Wall Street, a reencarnação da Janis Joplin e Maeve.
Se tem Latini, tem drogas e prostitutas.
Se tem Maeve tem sexo a três ou mais.
E se tem a minha pessoa, tem aquela sensação de boca seca e cabeça explodindo ao acordar de uma terrível ressaca completamente desnorteado.
Mas o conto de Vegas fica para a próxima.
Pois muito que bem, lá estava eu.
Sentado no meu sofá apenas curtindo um jogo de palavras cruzadas como um bom e pacato idoso.
John aparece com aquele sorriso no rosto de quem está com péssimas ideias.
-Eu sei que você ainda não se recuperou de Vegas, mas hoje temos uma festa na casa das irmãs holandesas.
E mesmo que você não queira participar, você será envolvido de alguma forma, porque elas resolveram fazer a festa em todo o prédio e não apenas no andar delas.
Resumindo, seu prédio hoje vai ser um verdadeiro inferno. – John informava como quem já tinha me convencido a ficar para a festa.
O argumento dele era bom, além de eu realmente ter criado uma relação muito boas com as vizinhas.
Elas eram loucas, mas nada muito diferente do tipo de mulher que entra na minha vida.
Concordei com a cabeça suspirando profundamente como quem previa o caminho para a forca.
Meu prédio era bem antigo e tinha 3 andares.
Eu morava no primeiro, elas no segundo e no terceiro andar havia um apartamento vago.
A noite caiu e já se sentia o prédio balança de uma forma assustadora.
Ari e John chegaram no meu apartamento prontos para a festa, e com uma disposição assustadora, para quem quase tinha morrido no final de semana anterior.
-Vigário, você não tem ideia do que foi transformado seu prédio. – Ari falava incrivelmente surpreso.
Eu apenas dava de ombro.
Resolvemos então sair do meu apartamento e ir à festa.
Saindo do meu apartamento já tive o choque de que aquilo era algo sem precedentes.
Subia um grupo de pessoas para o andar de cima, descia outro grupo, um fluxo de pessoa como se eu tivesse entrado em uma boate.
Na minha escada, várias garrafas de vodka, tequila, vinho e uísque estavam espalhadas pelos degraus.
Todas cheias ,ao dispor dos convidados.
Achei aquilo surreal e hilário ao mesmo tempo.
Elas eram realmente fudidas da cabeça.
Cada andar havia uma grande janela de frente para escada.
Nessa janela todo tipo de equipamento para ser fumar um baseado, além de potes e potes de maconha.
A Mary Jane era sempre uma convidada especial para minhas vizinhas holandesas.
E as escadas lotadas de pessoas.
Uma música não muito alta, tocava por todo o prédio.
Era um tipo de música eletrônica.
Não sou um conhecedor mas parecia que aquilo ajudava bastante na vibe da festa.
Eu estava um pouco hipnotizado com aquela situação e me perdia no olhar de analise daquilo tudo.
Voltei a mim com uma das irmãs pulando nos meus braços e me dando um selinho.
- Não acredito que você veio.
Essa festa não faria sentido sem você. – Ela realmente parecia muito contente e surpresa com minha chegada a festa.
Ari me cutucou com aquele ar de sempre, que antecede uma de suas piadas.
-Vigário realmente essa festa tem de tudo que é droga, já olhou além das bebidas e da maconha?
Eu conheço Ari o suficiente para saber que aquela era uma deixa, e eu tinha que interpretar.
Olhei para um grupo sentado que fumava e trocava ideia ,e nesse grupo pelo menos dois tinham livros na mão do qual faziam comentários.
Quando minha ficha realmente caiu, percebi que aqueles livros, eram obras minhas, e que por todo prédio tinha livros meus espalhados.
Aquilo era insano demais.
Nunca tinha presenciado algo do tipo.
Com uma lambida no rosto, fui cumprimentado pela outra irmã, a mais nova.
- Gostou do tema da festa?
Minha irmã ficou dias pensando em algo, até que resolveu fazer sobre você e sua vida. - Ela falava entusiasmada.
John me olhava incrédulo e Ari por sua vez se divertia acenando com um livro meu aberto e dando gole em uma garrafa de vinho.
O apartamento do último andar estava sem mobílias e também virou um dos ambientes da festa.
Mas com certeza o point era a escada.
Ali era a maior concentração de pessoas.
Muitos fumavam e sorriam.
Outros bebiam no gargalo.
Não lembro de ver copos.
Eu mesmo já estava com uma garrafa de vodka polonesa barata na mão dando meus goles.
Ari e John, cada um bebia uma garrafa de vinho.
Minha vizinha mais velha, veio ao meu encontro com um grupo de 5 amigas.
- Vigário, preciso te apresentar minhas amigas.
Todas elas tem tesão nos seus textos, e querem te conhecer. – Minha vizinha abria uma roda com as 5 amigas e eu, e rodava um beck no nosso círculo.
Aquilo era o começo do caos.
Todas as 5 amigas eram muito bonitas e interessante, mas eu resolvi que aquele dia ia me ausentar de uma boa briga.
Estava me recuperando dos meus últimos meses nos Estados Unidos que foram dias que me deram nó na cabeça.
E esse foi meu erro.
Começar uma disputa de pique esconde se tornou uma espécie de pique pega.
Para onde eu ia no prédio, eu encontrava uma delas me cercando.
Elas realmente estavam dispostas a me pegar.
O que até soava para mim como alguma espécie de desafio que elas resolveram criar para se divertir.
E com isso fui agarrado inúmeras vezes pela noite.
Mas aquele dia era realmente uma tocaia feita para caçar o escritor marginal.
A francesa louca com seu estilo padrão, vestindo um pijamas de unicórnio estava lá com a Turca do ácido que trabalhava comigo.
A Turca trocava ideia com John ,enquanto a francesa me puxava para o banheiro.
Eu conseguia me livrar de uma e caia em outra.
O tema da festa com certeza devia se chamar ,armadilhas para o Vigário.
Porque foi assim que me senti.
Todas as amigas da minha vizinha foram vitoriosas na sua missão de me caçar.
Cada uma de uma forma.
Uma delas me levou para o último andar e chegando lá ,me surpreendeu com uma outra mulher.
- Esse é nosso segredo – A outra mulher falava.
E lá estava eu enroscado com duas desconhecidas depois de perder as contas de quantas mulheres havia me envolvido naquela noite.
Quando descemos, a desconhecida me deu um beijo no rosto e repetiu.
-Esse é nosso segredo. – Saindo e me deixando ali com a outra.
A outra se divertia com a situação.
-Você sabe porque ela falou que tem que ser segredo ne?
Ela é casada. – Ela falava sorrindo.
Mais uma vez eu estava me metendo em todas as merdas possíveis.
Já estava bastante bêbado, quando resolvi parar de jogar o jogo e recuar.
Fui me afastando da festa aos poucos e disfarçadamente em direção a meu apartamento.
Com certeza já tinha o nível de álcool e cota de merdas suficientes para me fazer dormir em paz mesmo naquele inferno.
Ao entrar no meu apartamento, dei de cara com minha vizinha mais nova e uma amiga sentadas no meu sofá.
Parece que meu carma nesse dia era não conseguir fugir da festa.
-Desculpa Vigário mas nos exageramos e estávamos procurando um jeito de fugir da festa, quando Ari me deu a chave e falou que não seria um problema ficar aqui na sua sala. –
Minha vizinha falava com aquele tom angelical e ao mesmo tempo com aquele semblante diabólico de quem faz você perder o dia trancado no quarto.
Sua amiga apenas me olhava curiosa, um semblante que me chamava atenção.
Minha vizinha me apresentou a sua amiga, que para meu alivio não participava do bolão das caçadoras da festa.
Ela não tinha nenhuma intenção em me ter como caça.
Ficamos ali conversando nos 3 por horas.
Em vez enquanto eu dava um pulinho nas escadas e pegava mais algumas garrafas para se somar a aquela madrugada diferenciada.
Não houve papo sexual.
Foram apenas boas conversas sem segundas intenções.
Do tipo que cria laços, mas somado a isso, encantamento.
Foi exatamente o que aconteceu.
Me encantei pela aquela amiga da minha vizinha.
Mas isso foi algo que não moveu uma palha nessa noite.
Coloquei um cobertor em cada uma, e deixei elas dormindo no meu sofá no final da nossa conversa.
Fui dormir sozinho.
Pela primeira vez em muito tempo, difícil admitir, mas por escolha própria.
Não falo pelo caso dela.
Ela não me deu a mínima.
Apenas fui uma boa companhia naquele momento.
Mas pelas várias opções que me procuravam pelas escadas do prédio.
Eu viria a acordar com a boca seca, cabeça explodindo e sozinho na minha cama.
Mais um dia normal da vida do Vigário.
Passou umas duas semanas até que eu tivesse a oportunidade de reencontra-la.
E ela parecia indiferente, mas ainda assim, muito doce e gentil.
Aquilo parecia estar me encantando cada vez mais.
E lá estava eu tentando uma nova parceira de loucuras para minha vida.
Demorei mais de 1 mês até que consegui levar ela para tomar um café.
Precisei da ajuda da minha vizinha para fazer a ponte de ligação.
Ela era um perfil totalmente diferente do que normalmente aparecia na minha vida.
E talvez essa diferença que me atraia mais e mais.
Eu estava disposto a conquistar aquela mulher.
Até porque eu já estava conquistado.
Ela era de um perfil mais saudável.
Era Vegetariana, e isso fez com que me referisse a ela nos contos como Dona saúde.
Além disso usava duas mechas verde no cabelo, o que lhe gerou um apelido carinhoso no nosso dia a dia de Green Hair.
Em muito tempo, o meu dia seguinte não era tão tortuoso assim.
Me alimentava daquele sentimento novo e isso me fez levantar renovado.
Meu prédio estava parecendo uma área de guerra.
Pelo que fui informado até polícia deu no meio da madrugada.
Mas para minha sorte, não ia ser dessa vez que eu acordaria na cadeia.
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