quinta-feira, 2 de junho de 2022

O mundo injusto e zombeteiro






Não adianta espernear.


Não adianta se programar, achar que está à frente das coisas.


O mundo vem e te dá uma rasteira.


Isso te faz ficar amargo, te faz se arrepender de um monte de movimentos.


Mas como reagir depois que o mundo te sacaneia?


No auge dos meus 34 anos , eu não aprendi ou minha revolta de espirito não deixa eu aprender.


Se arrepender de ser responsável é um combo ainda maior de toda essa injustiça.


Porque normalmente a porrada injusta da vida só vem quando você está indo na direção certa.


Na errada é tudo alegria.


Mas nunca consegui viver assim.


Minha ansiedade e insegurança jamais me perdoaria se me colocasse nessa posição.


Faith sempre dizia que a porrada na vida tem que servir de empurrão.


mas como?


Quando isso machuca.


Quando isso te faz sangrar.


E a interpretação disso tudo?


Interpretação também é um ponto controverso.


A forma que se visualiza nem sempre é a forma que se interpreta.


Eu sou reconhecido por entendimentos dúbios.


Talvez até um ludibriador.


Mas essa é só uma interpretação.


Eu nunca quis o mundo, mas em algum momento ele me quis.


E então eu decidir aceitá-lo. 


Repetindo o mantra que o passado se apaga no minuto seguinte.


Que é do presente para frente.


E que o mundo injusto pode até tentar me engolir, mas não vai conseguir.


Que o mundo vai tentar me machucar, mas eu vou estar protegido.


E se cair ,vou levantar.


Vou gritar para o mundo que não mais.


Não vai ter ninguém para entrar e tentar bagunçar tudo de novo , não dessa vez.


Mesmo sangrando ,eu estou de pé.


Como já diria a Mafiosa, “você sobreviveu a mim”.


O que poderia ser mais difícil que isso?


O mundo foi injusto comigo de novo, e ao mesmo tempo me sorriu de uma forma tímida.


Eu não hesitei.


E lá vou eu mais uma vez para dentro dele.


Nenhuma pedra no caminho vai me atrapalhar.


Nenhum ferimento que eu tenha vai me fazer parar.


O famoso sorriso no rosto e a dor no peito de sempre irão me guiar pelo novo horizonte.


Vigário nunca foi uma aposta.


Sempre foi uma certeza.


E dessa vez não vai ser diferente.


Nem a porra do mundo e suas injustiças vão fazer com que isso mude.


Essas palavras vão ecoar a minha volta.


Faith resolveu aparecer na minha cabana escondida no meio do nada na Noruega.


Ela é do tipo que não se assusta com minha cara feia e meus pedidos mal-humorados para não se aproximar.


La estava ela na frente da minha porta, depois do meu retiro de 1 mês, completamente fora do mundo.


-Você precisa se reerguer e sair dessa escuridão. – dizia ela do lado de fora esperando que eu abrisse a porta na insistência.


Faith tinha esse poder de entender meu limites chegando e toda vez que eu me  aproximava demais da escuridão, ela aparecia com toda aquela luz.


Dessa vez não era muito diferente.


Limites tem sido o fator que ando precisando lidar melhor.


Estava arrasado com todos os acontecimentos de Florença e estava próximo da desistência.


E se ela não chegasse pra me dizer o quão covarde seria, eu talvez tivesse feito o pior.


Até me jogar no chuveiro, ela jogou.


E em algum momento sem reação as suas interações, tomei um belo tapa.


Não haveria mais aberturas para erros de rota.


Eu ia voltar a seguir minha intuição,que sempre foi muito boa para identificar futuros problemas.


Mas a muito tempo eu a ignorava.


Não ia me alimentar de pouco nunca mais.


Eu ia tomar o mundo de volta para mim.


O vigário sempre voltava ne, mesmo depois de ser vítima do próprio conto.


 Era só uma questão de tempo.


E o mundo injusto jamais me feriria de novo.


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