Mais um dia levantando com aquela maravilhosa sensação de
boca seca, cabeça pulsando e adrenalina de acordar atrasado.
A minha velha companheira ressaca parece que iria me acompanhar ao trabalho hoje.
A minha velha companheira ressaca parece que iria me acompanhar ao trabalho hoje.
Mais um dia de trabalho pesado e fugidas para a despensa
para fumar e tomar uns goles dos vinhos que havia aos montes lá.
Todo dia eu escolhia uma garrafa daquelas de nomes engraçados e ficava imaginando se vossa santidade, o papa, teria daquele vinho na sua robusta adega religiosa.
Depois que voltei da Grécia, meu inglês já estava um pouco melhor e isso era um problema ,porque aos poucos o pessoal do restaurante se aproximava para uma tentativa de conversa.
Vários chefs apareciam as vezes para uma tragada ou um gole na minha área secreta, que era uma forma real de descansar daquela loucura.
Eu era um cara que todos gostavam, mesmo com meu senso antissocial natural.
Uma vez um dos chefs deu uma golada em um dos vinhos que pegou da minha mão e me disse que no meio daquela insanidade de trabalho, eu era o mais prático e positivo para ser ter ao
lado.
Devolvi a garrafa ao seu lugar com a impressão de que poderia estar adulterada, já que o fato de eu ser positivo estava fora de cogitação.
Eu não era prático e nem positivo, só procurava formas de trabalhar o menos possível para pegar meu dinheiro no fim do dia.
No final do meu turno ,dei de cara com John e isso era sempre mau pressagio.
Incrivelmente ele não chegava com seu sorriso costumeiro, e achei aquilo mais esquisito ainda.
- Pelo jeito hoje tem boa notícia – Falei com sarcasmo
- Na verdade não Vigário, recebi uma ligação da sua casa e imagino que a notícia não é boa. - John respondia com um ar estranho.
Nesse momento eu parei no tempo e tentei imaginar o que seria.
Sai do Brasil depois de levar um belo chute na bunda de um grande amor, estava lá curtindo toda minha negatividade.
Será que teria acontecido algo com ela?
Ela teria me procurado?
Não havia lógica, ela deixou bem claro que queria que eu esquecesse da sua existência.
E eu não era do tipo que alguém sentia falta.
- Elliot ligou e disse que a sua gata saiu de casa e não voltou mais, mesmo alimentada todos os dias. - John continuava.
- A Filé de peixe é assim ,quando não se sente amada, simplesmente joga para o alto tudo que tem, e some por um tempo. - respondi meio que achando aquela noticia normal.
Em algum momento ela se arrepende e volta como a gata mais carinhosa do mundo.
Parece que até mesmo com animais de estimação arrumei uma fêmea problemática.
- Então é normal? Elliot está desesperado por ela ter fugido e eu sei o quanto você é apegado a ela – John parecia aliviado agora.
- Elliot é um bom garoto, diga para ele ficar tranquilo, se um dia ela quiser voltar ela sabe que seu lugar está lá.
O estagiário de John ,Elliot era um garoto novo e muito interessado nos meus textos, diria que era um fã se acreditasse nessa baboseira, mas estranhamente ele via sentido nas minhas palavras.
E quando fui praticamente sequestrados por John e Ari para essa jornada na Irlanda ,ele se ofereceu para cuidar da minha gata.
Filé de peixe era uma gata que dividia todos os momentos comigo, bons ou ruins, ressacas, pé na bunda, depressão.
Estava sempre no meu colo me olhando com tom de apoio.
Uma vez voltando para casa de um bar eu a encontrei na rua ,ainda filhote, cercada por dois cães.
Ela estava completamente amedrontada, e eu seu herói completamente bêbado, encarei aqueles dois enormes cães por ela.
Acredito que os cães se assustaram com minha imprevisibilidade e resolveram ir embora.
Peguei aquela pequena, e vi nos seus olhos a solidão e melancólica que eu sentia na vida.
Desde então ela mora no meu cubículo junto comigo.
Temos uma espécie de contrato ,onde eu a alimento e ela me faz companhia.
Porem ela é livre se quiser ir, e como temperamental que é, já fez isso algumas vezes.
No final sempre volta para casa, com mais amor do que já tinha antes.
- Da próxima vez que vier dar notícia traga uma garrafa de bebida, assim posso te receber com mais bom humor – disse sorrindo para John
- Vigário nunca se sabe se você irá usar a garrafa como arma ou recebê-la como presente, prefiro evitar – respondeu com deboche
- Ok já que você veio aqui hoje e me encontrou com um ótimo estado de espírito, arrume um lugar para irmos, quero tirar umas férias do restaurante, dessa vez com a minha autorização.
John pareceu assustado – Diga para onde quer ir, e iremos, Ari vai adorar ouvir essa notícia.
Surpreenda-me e me de um mês de férias ,já que sei que Ari é dono do restaurante.
John sorria assentindo com a cabeça.
Dois filhos da puta – pensei ,mas tem lá seu lado positivo.
Fui para casa tomar um banho e buscar meu passaporte para ir ao novo destino temporário.
Filé de peixe talvez tenha apenas ido se distrair um pouco ou realmente cansou de me esperar, infelizmente eu sou podia esperar que ela voltasse novamente com mais amor do que antes.
Todo dia eu escolhia uma garrafa daquelas de nomes engraçados e ficava imaginando se vossa santidade, o papa, teria daquele vinho na sua robusta adega religiosa.
Depois que voltei da Grécia, meu inglês já estava um pouco melhor e isso era um problema ,porque aos poucos o pessoal do restaurante se aproximava para uma tentativa de conversa.
Vários chefs apareciam as vezes para uma tragada ou um gole na minha área secreta, que era uma forma real de descansar daquela loucura.
Eu era um cara que todos gostavam, mesmo com meu senso antissocial natural.
Uma vez um dos chefs deu uma golada em um dos vinhos que pegou da minha mão e me disse que no meio daquela insanidade de trabalho, eu era o mais prático e positivo para ser ter ao
lado.
Devolvi a garrafa ao seu lugar com a impressão de que poderia estar adulterada, já que o fato de eu ser positivo estava fora de cogitação.
Eu não era prático e nem positivo, só procurava formas de trabalhar o menos possível para pegar meu dinheiro no fim do dia.
No final do meu turno ,dei de cara com John e isso era sempre mau pressagio.
Incrivelmente ele não chegava com seu sorriso costumeiro, e achei aquilo mais esquisito ainda.
- Pelo jeito hoje tem boa notícia – Falei com sarcasmo
- Na verdade não Vigário, recebi uma ligação da sua casa e imagino que a notícia não é boa. - John respondia com um ar estranho.
Nesse momento eu parei no tempo e tentei imaginar o que seria.
Sai do Brasil depois de levar um belo chute na bunda de um grande amor, estava lá curtindo toda minha negatividade.
Será que teria acontecido algo com ela?
Ela teria me procurado?
Não havia lógica, ela deixou bem claro que queria que eu esquecesse da sua existência.
E eu não era do tipo que alguém sentia falta.
- Elliot ligou e disse que a sua gata saiu de casa e não voltou mais, mesmo alimentada todos os dias. - John continuava.
- A Filé de peixe é assim ,quando não se sente amada, simplesmente joga para o alto tudo que tem, e some por um tempo. - respondi meio que achando aquela noticia normal.
Em algum momento ela se arrepende e volta como a gata mais carinhosa do mundo.
Parece que até mesmo com animais de estimação arrumei uma fêmea problemática.
- Então é normal? Elliot está desesperado por ela ter fugido e eu sei o quanto você é apegado a ela – John parecia aliviado agora.
- Elliot é um bom garoto, diga para ele ficar tranquilo, se um dia ela quiser voltar ela sabe que seu lugar está lá.
O estagiário de John ,Elliot era um garoto novo e muito interessado nos meus textos, diria que era um fã se acreditasse nessa baboseira, mas estranhamente ele via sentido nas minhas palavras.
E quando fui praticamente sequestrados por John e Ari para essa jornada na Irlanda ,ele se ofereceu para cuidar da minha gata.
Filé de peixe era uma gata que dividia todos os momentos comigo, bons ou ruins, ressacas, pé na bunda, depressão.
Estava sempre no meu colo me olhando com tom de apoio.
Uma vez voltando para casa de um bar eu a encontrei na rua ,ainda filhote, cercada por dois cães.
Ela estava completamente amedrontada, e eu seu herói completamente bêbado, encarei aqueles dois enormes cães por ela.
Acredito que os cães se assustaram com minha imprevisibilidade e resolveram ir embora.
Peguei aquela pequena, e vi nos seus olhos a solidão e melancólica que eu sentia na vida.
Desde então ela mora no meu cubículo junto comigo.
Temos uma espécie de contrato ,onde eu a alimento e ela me faz companhia.
Porem ela é livre se quiser ir, e como temperamental que é, já fez isso algumas vezes.
No final sempre volta para casa, com mais amor do que já tinha antes.
- Da próxima vez que vier dar notícia traga uma garrafa de bebida, assim posso te receber com mais bom humor – disse sorrindo para John
- Vigário nunca se sabe se você irá usar a garrafa como arma ou recebê-la como presente, prefiro evitar – respondeu com deboche
- Ok já que você veio aqui hoje e me encontrou com um ótimo estado de espírito, arrume um lugar para irmos, quero tirar umas férias do restaurante, dessa vez com a minha autorização.
John pareceu assustado – Diga para onde quer ir, e iremos, Ari vai adorar ouvir essa notícia.
Surpreenda-me e me de um mês de férias ,já que sei que Ari é dono do restaurante.
John sorria assentindo com a cabeça.
Dois filhos da puta – pensei ,mas tem lá seu lado positivo.
Fui para casa tomar um banho e buscar meu passaporte para ir ao novo destino temporário.
Filé de peixe talvez tenha apenas ido se distrair um pouco ou realmente cansou de me esperar, infelizmente eu sou podia esperar que ela voltasse novamente com mais amor do que antes.
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