Eis que Hades mandou eu retornar...
Escrevo no escuro, mas nada relacionado a depressão
ou melancolia.
Simplesmente pela falta de disciplina ou talvez a quantidade de álcool que me fez esquecer de pagar a conta de luz por dois meses seguidos.
Simplesmente pela falta de disciplina ou talvez a quantidade de álcool que me fez esquecer de pagar a conta de luz por dois meses seguidos.
Mesmo forçando a vista para escrever, me sinto a
vontade no escuro.
Assim sempre foi nas madrugadas pela cidade abandonada e ate mesmo as horas de castigo no quarto escuro que minha mãe me colocava se acha se meu comportamento inadequado.
Assim sempre foi nas madrugadas pela cidade abandonada e ate mesmo as horas de castigo no quarto escuro que minha mãe me colocava se acha se meu comportamento inadequado.
Nunca me ensinou lição nenhuma com isso, só me
tornou algo adaptado a sombria e solitária escuridão.
Uma dose do velho Jack Daniel’s e charuto vagabundo
para acompanhar, me ajudavam a analisar meu presente.
Jogado, sem dinheiro, abandonado pela mulher, fedendo a álcool e fumo, e sem escrever algo oficial há mais de um ano.
Jogado, sem dinheiro, abandonado pela mulher, fedendo a álcool e fumo, e sem escrever algo oficial há mais de um ano.
Já tive outras épocas dessas, onde não havia
palavras no papel e nem moedas nos bolsos, e me recordo de um desses dias de
retiro espiritual solitário no meu mundo.
Já estava trancado dentro de casa sozinho, sem
contato com a sociedade há três meses, por coincidência com a luz cortada.
Não havia mais bebida para meu entorpecimento
criativo e por isso peguei o dinheiro q estava na cômoda para pagar a luz e fui
ao mercado atrás de vodka barata.
Cabelos desgrenhados, barba gigante, sujo e com
roupas amassadas, estava eu de frente para prateleira de bebidas.
Graças ao mundo consumista você achava bebidas para
qualquer preço.
Peguei duas garrafas de vodka das mais baratas e
voltei para casa.
No caminho fui parado por uma cigana.
Essas cheias de sabedoria antiga, grandes dons, mas que os ignorava pelo simples relógio ou pertence que conseguia levar de você sem que você perceba.
Essas cheias de sabedoria antiga, grandes dons, mas que os ignorava pelo simples relógio ou pertence que conseguia levar de você sem que você perceba.
Parou na minha frente, segurou minha mão e me abriu
um sorriso.
Questionei a: já tivemos um caso?
Com o mesmo sorriso automático e com um sotaque
engraçado, me respondeu:
Não, talvez em outra vida.
Fiquei fascinado pelo seu sotaque.
Era uma cigana bem jovem, com seus vinte e poucos anos, loirinha, olhos azul claro e pele bem bronzeada de sol.
Era uma cigana bem jovem, com seus vinte e poucos anos, loirinha, olhos azul claro e pele bem bronzeada de sol.
- Não
acredito em outras vidas, balbuciei ainda tonto pela sua beleza.
- Mas deveria, você é filho de Hades, e por isso
consegue viver tantas vidas em uma só - Ela falou de forma suave.
Nunca me interessei por religiosidade, mas sempre
tive como lema sempre pecar por excesso, por isso quantos mais deuses do meu
lado melhor.
- Uma cigana com cultura mitologica grega, isso é
o que a internet proporciona no século XXI, falei com habitual sarcasmo.
Ela abriu novamente o sorriso, me deu um beijo no
rosto e de forma encorajadora falou:
-Retorna para sua vida agora e tome um copo dessa
bebida em homenagem ao seu pai Hades.
Achei aquilo tudo muito cômico e sem sentido, dei a
ela uma das garrafas de vodka e agradeci os loucos conselhos.
-Agradeço linda Afrodite
Voltei para casa rindo de toda aquela historia
doida e tendo certeza do meu potencial para atrair loucos.
Dessa vez pelo menos uma loucura apaixonante.
Dessa vez pelo menos uma loucura apaixonante.
Sentei, me servi de um copo daquele barato néctar
alcoólico, peguei minha maquina de escrever e resolvi voltar a ativa.
Dei um gole na bebida e sorri lembrando
que estava bebendo com Hades, mas na verdade preferia esta fodendo a Afrodite
Cigana.
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