Elliot, o estagiário de John era o responsável no Brasil por fazer
as notícias chegarem a mim.
Porém, minha premissa sempre foi não querer saber de nada.
Apenas notícias que envolvesse minha gata Filé de Peixe e qualquer outra coisa que John achasse que fosse relevante.
John me conhecia muito bem para saber o que era relevante ou não.
E dessa vez ele quis ser protetor demais.
Ele apareceu no meu trabalho, e quando vi, ele estava do meu lado me olhando em plena hora de almoço na cozinha.
Aquilo era incomum.
Porém, minha premissa sempre foi não querer saber de nada.
Apenas notícias que envolvesse minha gata Filé de Peixe e qualquer outra coisa que John achasse que fosse relevante.
John me conhecia muito bem para saber o que era relevante ou não.
E dessa vez ele quis ser protetor demais.
Ele apareceu no meu trabalho, e quando vi, ele estava do meu lado me olhando em plena hora de almoço na cozinha.
Aquilo era incomum.
Mesmo nessa altura que eu já sabia que o restaurante era de Ari,
era algo fora do habitual.
John sempre foi muito transparente e era difícil para ele esconder algo.
Em um primeiro momento achei que era mais algo como uma preocupação natural.
Eu vinha de tempos difíceis, lidando com o que parecia ser efeitos da minha depressão.
Nunca fui de me lamentar sobre isso.
Depressão virou uma luta diária a anos.
John sempre foi muito transparente e era difícil para ele esconder algo.
Em um primeiro momento achei que era mais algo como uma preocupação natural.
Eu vinha de tempos difíceis, lidando com o que parecia ser efeitos da minha depressão.
Nunca fui de me lamentar sobre isso.
Depressão virou uma luta diária a anos.
Também nunca fui adepto de medicamentos para isso ou qualquer tipo de terapia.
Pela falta de um tratamento tradicional, sempre tive uma série de efeitos colaterais, que eu preferia conviver.
Aquele dia eu acordei no meio da madrugada com a garganta arranhando.
Uma sensação esquisita, como se algo tivesse sido rompido.
Um aperto no coração que me sufocava.
Por uns segundos achei que estava infartando.
Depois vi que podia ser só melancolia ,efeito desses meus dias ruins.
E voltei a dormir.
Parado ali na minha frente no dia seguinte, John parecia ter a explicação da noite passada.
Me chamou para um break, e depois de uns vinte minutos de conversa aleatória, eu percebi que John me escondia algo.
- Ok, você está preocupado como se tivesse algo para contar e não sabe se deve – preferi colocá-lo contra a parede.
Ele se sentou e deixou seu corpo cair na cadeira como alguém que estivesse levando uma tonelada nas costas.
Eu conseguia perceber como John respirava com dificuldades.
Elliot me ligou, você recebeu uma mensagem no seu celular.- Ele falava sem me olhar nos olhos.
Quando sai do Brasil deixei minha casa, minha gata, minhas correspondências e mesmo meu celular aos cuidados de Elliot.
A mensagem no seu celular era dela. – Nesse instante eu já sabia o que tinha acontecido.
Fiquei olhando para ele sem reação, aguardando o resto da informação.
John parecia não ter forças para continuar e isso só me fazia sentir toda aquela sensação da noite passada.
Ele me deu seu celular onde tinha a foto com a mensagem no meu celular.
“Obrigado por tudo.
É bom saber que você está conseguindo ter uma vida depois de tudo que você passou por mim.
E eu sei que você continua olhando meus passos até hoje.
Sua preocupação e seu amor me ajudaram muito.
Não sinta se responsável.
Um dia a gente se encontra.”
Aquilo era uma mensagem de despedida.
Ela tinha desistido de vez.
Mesmo sabendo que eu ficaria bravo, Elliot viu essa mensagem na noite anterior, informou a John e foi atrás de notícias dela.
Foi fácil identificar que aquilo era uma despedida até mesmo para ele.
Elliot era um grande fã dos meus livros e com os anos virou um grande amigo.
Tinha por ele um sentimento diferente ,acredito por ele ser mais jovem.
Eu conseguia ver nele a minha juventude vibrante.
E com essa intimidade que criamos ,ele já sabia quem era a dona daquela mensagem, só pelo tom.
A mãe dela informou que ela teve uma espécie de intoxicação com medicamentos, um acidente por falta de atenção.
Ela estava internada mas sem risco de morte.
Eu sabia que aquilo não era acidente.
O meu sentimento da noite anterior e a mensagem eram provas de que ela realmente tinha tentando tirar sua vida.
O que foi um choque, porque sempre tentei me preparar para esse dia.
Quando estávamos juntos achei por vezes que tinha chegado o dia.
Mas naquela época não teve fundo do poço que eu não conseguisse salvá-la.
Quase voltei ao Brasil.
Mas a conheço o suficiente para saber que ela reprovaria isso e não aceitaria me ver naquele estado.
Agradeci John e voltei ao trabalho.
O resto do dia eu me enfiei no trabalho, porem preso nos meus pensamentos.
Me sentia culpado e impotente.
Vinha passando por muita coisa recentemente e essa notícia foi só a cereja do bolo.
Eu voltaria a flertar com a insanidade por mais um mês.
E na minha cabeça ecoava uma frase que ela deixou na mensagem.
“Um dia a gente se encontra”
Parecia que via na minha frente uma porta.
Resolvi abri-la e ir viver minha vida como ela queria e aguardar pelo dia desse encontro.
UM ótimo conto. Na medida certa, e sobre um assunto que, inevitavelmente, sempre atingirá a todos nós.
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