segunda-feira, 3 de junho de 2019

O par ou ímpar finlandês na Suécia





Mesa de bar, mais um dia como outro qualquer.

 -Vamos viajar? - John joga na mesa como se não fosse algo burocrático.

Ari simplesmente sorrir concordando com a cabeça.

Normalmente eu sou o do contra.

-Foda se, você é que me libera no trabalho. - Falei sem me importar.

John tinha um sorriso de vitória no rosto e corria para seu celular abrindo a foto de um mapa mundial.

-Alguém tem alguma sugestão?- John questionava eufórico.

-Ouvi dizer que a Suécia tem loiras de um nível como em nenhum outro lugar.- Sugeri.

-Ok. Pela primeira vez você não reclama quando falo de irmos viajar, vamos a Suécia agora.- Falou já se levantando da mesa com o sabor da vitória no rosto.

E assim fizemos.

Passaporte na mão e embarcamos.

Enquanto John fechava um hotel, falei que queria uma experiência diferente.

-John me coloque na porra de um albergue com 10 pessoas no quarto. - Falei exigindo.

John só sorria e concordava com a cabeça.

-Você manda aqui Vigário.

E lá foi eu para um albergue.

Uma experiência completamente nova e sem sentido.

Ao chegar em Estocolmo, eles me deixaram no albergue.

Fiz a minha entrada e fui encaminhado para meu quarto.

Cheguei bem tarde e fui direto dormir.

Na manhã seguinte, acordei com um falatório insano.

Quando olhei para o lado, parecia sonho.

9 mulheres, todas belíssimas, em um grande bate papo e risadas descontroladas.

Pareciam não se importar que eu estava ali.

Quando perceberam que eu tinha acordado, uma russa com uma cara brava me encarou por algum tempo.

-Você é o único homem aqui, as regras são nossas, afinal somos 9 mulheres- falou em tom de deboche.
Eu apenas concordei com a cabeça.

E isso fez com que eu desse a liberdade para que todas elas me atacassem com perguntas, me colocando na sua conversa.

Foi extremamente hilário.

Elas tinham Nacionalidades diferentes e o mesmo espírito de liberdade de quem apenas queria se divertir na vida.

Mas de primeira eu já via uma faísca no quarto.

Na verdade, uma faísca dupla.

Duas irmãs gêmeas finlandesas.

Algo difícil de descrever.

E eram as duas mais divertidas.

E foram com elas que fechei uma espécie de parceria naqueles dias de Suécia.

As gêmeas tinham em sua essência nórdica, a loucura bruta digna dos descendentes dos vikings.

Todas as noites, elas sempre organizavam as saídas.

A primeira noite elas resolveram que íamos beber em um pub Irlandês em minha homenagem.

Na verdade estava chovendo e o pub era do lado do albergue.
Avisei a John e Ari para me encontrarem lá.

Lembro da cara de Ari quando olhou minha mesa.

Ele quase caiu para trás.

Minha mesa tinha todas as meninas do quarto e mais 5 suecas amigas em comum das gêmeas.

Suecas do nível que as lendas contavam.

Uma delas, a de loiro mais claro, olhos azuis enormes e aquela transparência da pele que me enfraquece, eu iria ver novamente em outro conto.

Mas na Suécia mesmo, eu fui invadido pela loucura das gêmeas finlandesas.

Uma noite uma delas me puxou para um dos corredores do albergue e me deu um beijo de quem já planejava aquilo algum tempo.

E logo em seguida eu estava confuso em quem exatamente eu tinha beijado.

Elas eram gêmeas idênticas.

No dia seguinte elas foram para outro albergue no outro lado da cidade, em Södermalm.

Mas ela vinha dormir comigo todas as noites.

E eu aproveitei aqueles dias, porém com uma sensação de que algo estava errado.

Ela tinha um dom de mudar sua energia.

Todo dia eu sentia ela completamente diferente do dia anterior.

John andava saindo com a Russa de cara amarrada.

John sempre foi o de gosto exóticos.

E Ari conheceu uma modelo sueca.

No nosso último final de semana no país, a modelo que estava com Ari convidou ele e todos que ele quisesse levar para uma festa da agência de modelos da qual ela fazia parte.

Além de nós, todas as 9 do quarto e as 5 suecas do pub foram também.

E eu nunca vi tanta mulher linda em um só lugar na vida.

Aquilo era realmente rude.

A festa foi na cobertura de um hotel de luxo em uma cidade mais afastada.

Era realmente um padrão mais avançado de DNA naquela festa.

As gêmeas vieram beber comigo e se divertiam tentando me fazer dançar.

Uma delas me beijou e eu fiquei realmente aliviado, porque não conseguia distinguir quando elas estavam juntas.

Logo em seguida todo meu alívio se foi.

A outra irmã também me beijou.

Quando se afastou, eu estava paralisado e as duas se divertiam com aquela situação.

-Você não percebeu que estava ficando com as duas? - Uma delas falou sabendo que minha resposta era negativa.

-Um dia eu ia ao albergue, no outro era minha irmã, dia par dela, ímpar era meu. - Falava sorrindo.

Assim como o Deus da mentira, Loki, elas se divertiam com a sua trapaça inocente.

Eu não tive reação a não ser sorrir e beber minha vodka.

As gêmeas mais loucas que eu já havia conhecido.

Em algum momento da festa eu estava com John e Ari bebendo e conversando.

-Qual das duas que está com você Vigário? - Ari resolveu me perguntar.

-As duas, mas não juntas.- respondi me divertindo com aquela situação.

Os dois se olhavam com um ar de confusão mental.

-Uma no dia par e a outra no dia ímpar. - Resolvi aumentar a confusão deles.

-Caralho Vigário, você é inacreditável, por favor vamos beber - John falava já conformado com a informação.

Saímos daquela festa 10 da manhã do dia seguinte e por incrível que pareça fui embora com a sueca que tinha conhecido no pub.

As gêmeas se despediram de mim no meio da madrugada dizendo que aquele dia seria um dia neutro e então eu não ficaria com nenhuma das duas.

Elas prometeram que nos encontraríamos em breve e aí veríamos se o dia seria par ou ímpar ,sem mais trapaças.

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