Cork é uma cidade da Irlanda.
O sotaque de Cork é algo bem famoso, por ser bem característico.
Eles parecem que falam cantando.
Tem uma melodia na fala.
Até então, eu não tinha conhecido ninguém de lá.
Eu estava em uma dessas noites em que Ari e John me arrastaram para uma balada bem lotada.
Cheia de gente bêbada, homens com comportamentos de animais.
Tragédia anunciada.
Um cara de mais idade resolveu que era uma boa ideia passar a mão na bunda de uma mulher a minha frente.
Ela virou já jogando um copo de cerveja na cara dele.
E ai o tumulto começou.
Eu arranquei ela daquela confusão, enquanto o segurança retirava o senhor metido a esperto, todo encharcado e com a cara arranhada.
Com tudo mais calmo, ela veio me agradecer por ter protegido ela de alguma forma.
nessa hora, eu fui fisgado.
Aquele sotaque realmente parecia música nos meus ouvidos.
Ficamos ali conversando por um bom tempo, e eu até esqueci daquela selva que eu estava.
Ari e John estavam aproveitando a festa como se não houvesse o dia seguinte.
Bom para eles.
Ela mexia com minha cabeça com aquele sotaque e surpreendentemente depois de algumas risadas, ela deu um passo à frente e me beijou.
Eu correspondi esquecendo totalmente a minha volta.
Depois daquela noite, continuávamos nos vendo.
Ela vinha de Cork para minha casa todos os finais de semana.
Tivemos um relacionamento divertido e ao mesmo tempo bem problemático.
Ela tinha um ótimo humor, além de ser linda.
Uma ótima companhia para o final de semana.
Toda semana ela vinha com alguma cor nova de esmalte.
Pintava as suas unhas e depois pintava as minhas.
Vermelho, verde, azul, preto, e qualquer outra cor que passasse pela cabeça dela.
Eu não me importava, isso nunca mexeu com minha masculinidade.
Era um pouco engraçado ir a uma feirinha tradicional que tem na cidade aos sábados de manhã.
Os dias não chuvosos ,eu colocava meu chinelo e ia aproveitar a feira.
E lá estávamos nos dois.
Ela caminhando com aquele ser estranho de unhas vermelhas pintadas, calça e chinelo.
Eu já era conhecido na cidade como escritor, e isso só me dava mais fama de excêntrico.
Ela tinha uma banda com umas amigas.
Era um folk irlandês puxado para umas letras bonitinhas.
Algumas vezes eu ia assistir ela em alguns pubs.
Aqueles olhos azuis gigantescos iguais a um topázio recém lapidado, no palco hipnotizava qualquer um.
Ela cantava e tocava violoncelo com suas mão batendo nas cordas como se toca um baixo.
Era realmente muito interessante.
Sua voz era algo que transmitia um conforto que parecia minhas caminhadas ouvindo opera a beira do rio.
Mas ela tinha um problema que foi minando nossa relação.
Mesmo com seu sotaque que mexia com meu sistema nervoso, seus ciúmes estavam cada dia piores.
Ela começou a arrumar brigas por causa dos meus contos.
E isso foi perdendo um pouco o controle.
Até que um dia voltei do mercado e ela estava lá chorando como se tivesse perdido um parente muito próximo.
Perguntei o que tinha acontecido e a resposta dela foi como um soco na cara.
-Descobri que você está me traindo – falava aos gritos.
Aquela informação não fazia sentido nenhum.
Sempre fui adepto da monogamia e do tédio.
Apenas dei uma risada e fui pegar uma cerveja na geladeira.
E ela veio em minha direção mostrar um conto novo que tinha sido publicado no jornal.
Falando sobre a ruiva do pub.
E aquela foi a gota d’água.
Eu já vinha aguentando aquelas crises por meses.
Uma vez em um dos seus shows, duas meninas me reconheceram e pediram para tirar uma foto.
O inferno foi tão grande que pedi ao segurança para me colocar para fora e deixar ela lá dentro.
Ela saiu pela porta levando o conto da ruiva como uma verdade absoluta.
Nunca mais ouvi falar dela.
John normalmente é que tem notícias das mulheres que passam pela minha vida.
Mas a “mulher que falava cantando” ele nunca foi muito com a cara.
Nunca mais ouvi falar da sua banda.
Acho que ela foi fazer um mochilão na América do sul, que era um sonho dela que já estava quase saindo do papel.
Ela era um mulherão, mas nossas diferenças foram demais um para o outro.
Não fiquei com raiva dela e muito menos guardei rancor.
Ciúme é algo muito doido para se explicar.
Nunca tive esse problema mas vejo que não é algo fácil de lidar.
E toda vez que encontro alguém com o mesmo sotaque, quando começam a falar eu lembro da minha menina de Cork.
O sotaque de Cork é algo bem famoso, por ser bem característico.
Eles parecem que falam cantando.
Tem uma melodia na fala.
Até então, eu não tinha conhecido ninguém de lá.
Eu estava em uma dessas noites em que Ari e John me arrastaram para uma balada bem lotada.
Cheia de gente bêbada, homens com comportamentos de animais.
Tragédia anunciada.
Um cara de mais idade resolveu que era uma boa ideia passar a mão na bunda de uma mulher a minha frente.
Ela virou já jogando um copo de cerveja na cara dele.
E ai o tumulto começou.
Eu arranquei ela daquela confusão, enquanto o segurança retirava o senhor metido a esperto, todo encharcado e com a cara arranhada.
Com tudo mais calmo, ela veio me agradecer por ter protegido ela de alguma forma.
nessa hora, eu fui fisgado.
Aquele sotaque realmente parecia música nos meus ouvidos.
Ficamos ali conversando por um bom tempo, e eu até esqueci daquela selva que eu estava.
Ari e John estavam aproveitando a festa como se não houvesse o dia seguinte.
Bom para eles.
Ela mexia com minha cabeça com aquele sotaque e surpreendentemente depois de algumas risadas, ela deu um passo à frente e me beijou.
Eu correspondi esquecendo totalmente a minha volta.
Depois daquela noite, continuávamos nos vendo.
Ela vinha de Cork para minha casa todos os finais de semana.
Tivemos um relacionamento divertido e ao mesmo tempo bem problemático.
Ela tinha um ótimo humor, além de ser linda.
Uma ótima companhia para o final de semana.
Toda semana ela vinha com alguma cor nova de esmalte.
Pintava as suas unhas e depois pintava as minhas.
Vermelho, verde, azul, preto, e qualquer outra cor que passasse pela cabeça dela.
Eu não me importava, isso nunca mexeu com minha masculinidade.
Era um pouco engraçado ir a uma feirinha tradicional que tem na cidade aos sábados de manhã.
Os dias não chuvosos ,eu colocava meu chinelo e ia aproveitar a feira.
E lá estávamos nos dois.
Ela caminhando com aquele ser estranho de unhas vermelhas pintadas, calça e chinelo.
Eu já era conhecido na cidade como escritor, e isso só me dava mais fama de excêntrico.
Ela tinha uma banda com umas amigas.
Era um folk irlandês puxado para umas letras bonitinhas.
Algumas vezes eu ia assistir ela em alguns pubs.
Aqueles olhos azuis gigantescos iguais a um topázio recém lapidado, no palco hipnotizava qualquer um.
Ela cantava e tocava violoncelo com suas mão batendo nas cordas como se toca um baixo.
Era realmente muito interessante.
Sua voz era algo que transmitia um conforto que parecia minhas caminhadas ouvindo opera a beira do rio.
Mas ela tinha um problema que foi minando nossa relação.
Mesmo com seu sotaque que mexia com meu sistema nervoso, seus ciúmes estavam cada dia piores.
Ela começou a arrumar brigas por causa dos meus contos.
E isso foi perdendo um pouco o controle.
Até que um dia voltei do mercado e ela estava lá chorando como se tivesse perdido um parente muito próximo.
Perguntei o que tinha acontecido e a resposta dela foi como um soco na cara.
-Descobri que você está me traindo – falava aos gritos.
Aquela informação não fazia sentido nenhum.
Sempre fui adepto da monogamia e do tédio.
Apenas dei uma risada e fui pegar uma cerveja na geladeira.
E ela veio em minha direção mostrar um conto novo que tinha sido publicado no jornal.
Falando sobre a ruiva do pub.
E aquela foi a gota d’água.
Eu já vinha aguentando aquelas crises por meses.
Uma vez em um dos seus shows, duas meninas me reconheceram e pediram para tirar uma foto.
O inferno foi tão grande que pedi ao segurança para me colocar para fora e deixar ela lá dentro.
Ela saiu pela porta levando o conto da ruiva como uma verdade absoluta.
Nunca mais ouvi falar dela.
John normalmente é que tem notícias das mulheres que passam pela minha vida.
Mas a “mulher que falava cantando” ele nunca foi muito com a cara.
Nunca mais ouvi falar da sua banda.
Acho que ela foi fazer um mochilão na América do sul, que era um sonho dela que já estava quase saindo do papel.
Ela era um mulherão, mas nossas diferenças foram demais um para o outro.
Não fiquei com raiva dela e muito menos guardei rancor.
Ciúme é algo muito doido para se explicar.
Nunca tive esse problema mas vejo que não é algo fácil de lidar.
E toda vez que encontro alguém com o mesmo sotaque, quando começam a falar eu lembro da minha menina de Cork.
Eu queria conhecer a Irlanda.
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