domingo, 29 de setembro de 2024

A droga perfeita

 



Já tive várias fases relacionadas a drogas.

Drogas de todos os tipos.

Mas as que não são ilegais são as piores.

Uma trip de ácido pode ser divertida.

Do mesmo jeito que pode te levar para um lugar obscuro que você pode não estar preparado para conhecer.

A potência das cores, dos sentidos é um caminho legal de se trilhar, mas também fácil de se perder.


Uma pedalada na “bicicleta” e você nunca mais será o mesmo.

O relaxamento da maconha é como uma massagem dos deuses.

Mas como vem dos deuses, não se pode confiar.

Cria uma neblina, afetando sua visão de mundo.


Para uns, ser míope é uma dádiva, para outros nem tanto.

Perde se o senso de orientação.


A parte da larica talvez seja a parte mais sedutora.

Mas nunca foi minha praia.


Eu sou o cara da ansiedade, relaxamento nunca combinou.


Os chás e cogumelos naturais demais normalmente pode ser uma viagem com a passagem só de ida.


A geração anterior é umas das que mais conheço gente que foi e nunca voltou.


Não sei se quando se trata de algo muito puro e muito enraizado na natureza, se o caminho é para nós relés mortais.


Sempre corri dessas.

Se me acelera demais eu tô fora.


Já sou um ser acelerado por natureza, então não toco esse tambor.


Meu corpo tende se a apaixonar por coisas que aceleram o ritmo.


Então sempre foi a deixa para não cair no vício.


O mundo hoje em dia parece ser das coisas sintéticas.


Essas tem um potencial absurdo para te destruir e também para te encantar.


Te levam para a euforia absoluta.


Fazem com que você atravessem um portal para outra dimensão.


Acho que essa paz, você só tem acesso segundos antes de morrer.


E por isso, o pós pode ser tão agressivo.


Assim como um teletransporte, não existe uma forma segura de ter essa viagem.


Aquela química vai afetar seu corpo de várias maneiras por bastante tempo, às vezes sem você nem perceber.


Seu corpo é levado a limites de várias formas, e para um ancião como eu, uma onda que me engole.


Mas é uma delícia.


Se você não tem intimidade com os seus demônios, cuidado.


Eles vão adorar qualquer uma que venha dessa galera.


Ali, você vai estar se vendo no espelho em uma imagem que você sonha em ver todos os dias.


Feliz e em paz.


Mas na vida real, não existe espaço para isso.


Cigarros sempre estão em alta, tem até as atualizações como vapers.


Nicotina é a droga que nunca sai de moda.


Crack nunca apareceu no meu mundo.


Não era muito o perfil do ciclo social que eu estava englobado.


Uma vez ou outra, bem raramente, eu ouvia dizer de alguém com mesclado, que era uma mistura de maconha com crack.


Não me parecia uma mistura interessante.


Cocaína era bem popular.


Principalmente nesse meu meio de escritores e famosos.


Qualquer festa que eu ia, era mais fácil achar pó do que uma cerveja.


A parte engraçada era que mesmo não sendo um fã de carteirinha, nas orgias do passado, estava sempre la.


Acompanhava meus passos sempre muito próximo, o que sempre me assustou.


Mas nunca encontrei alguém que brilhasse os olhos falando sobre a experiência.


Era uma droga que para ser contínua, te pegava pelo DNA, e não pela viagem.


Álcool já foi meu vilão preferido.


Eu estava sempre mergulhado em algum tipo.


Estar embriagado era uma sensação maravilhosa e a ressaca no dia seguinte algo que eu adorava.


Por um tempo, até achei que esse era o modo normal de se viver.


Acordando desnorteado com a boca seca e a cabeça rodando.


Bons tempos de exageros.


Nunca fui do tipo da amnésia alcoólica ou por drogas.


Se fiz alguma merda sobre efeitos de drogas, foi por escolha e consciente.


O que é a parte mais louca.


Também nunca fui do tipo que virava um zumbi sem reação.


Quando exagerava, meu corpo automaticamente desligava, como uma proteção.


Já fui muito bom bom em misturar as coisas.


Misturar as vibes fazia minha realidade ficar mais fora do que eu estava acostumado.


Mas meu corpo me xingava por meses depois de uma aventura dessas.


Chocolate era uma daquelas drogas que me perseguiram de forma reservada.


Eu não percebia, mas estavam sempre ali.


Talvez se aproveitando de algum momento de compulsão.


Mas era o melhor dos pesadelos.


Um cenário onde você tem um velho com uma barra de chocolate e um jovem com uma seringa, não acredito que seria julgado por essa escolha.


Injetáveis sempre foram algo que me deixava em panico.


Hospitais e agulhas eram coisas que eu abominava, então era fácil o meu discurso de, dessa água não beberei.


Muita dessas drogas tinham a ver com o seu círculo social.


Umas, era mais fácil de ver a sua volta, outras você ouvia falar ou via pelas ruas, onde normalmente você não estava englobado.


Talvez se eu parasse para falar sobre isso com Mr. Wolf e Riley, Crack e heroína fosse alguns dos companheiros de vida na rua.


Mas esse era o tipo de papo que a gente preferia não falar.


Compartilhar demônios não é uma coisa assim muito legal de se fazer.


Latini tinha um fraco por cocaína e suas festas sempre tinham uma vibe alpes suíços.


Nevava em todos os cantos.


John amava acido, até se casou com a turca do ácido.


A turca já levou praticamente todos da galera nas suas viagens.


Era a tia da excursão para esse destino.


Ari não era muito adepto de drogas.


Tinha um excesso ou outro mais sempre bem centrado.


Faith era apaixonada por experiências.


O que ela queria era memorias.


Se ela estivesse no espírito naquele momento, ela iria no que ela quisesse, sem pudores ou restrições.


Ainda assim, a mais sensata do grupo.


Rudolph era o padrão da polícia, cigarro e álcool.


No geral, sempre estava com um uísque na mão e cigarro na outra.


Também gostava de charutos e cachimbos.


Elliot tomava umas cervejas com a gente e fumava um baseado em vez enquanto, mas ele era da geração mais entediada que a minha.


Esse tipo de viagem não o atraia.


O problema dele era açúcar.


Ele sempre tinha duzias de doces com ele.


Logo, nosso grupo era meio que controlado no quesito drogas.


Eu sempre tive meus exageros.


Sempre fui um apaixonado por eles.


Então já passei em várias barraquinhas dessa feira.


Mas meus vícios sempre foram dois.


Álcool e mulheres.


Melhor, amores.


Essas eram as drogas que marcavam minha vida.


O álcool sempre foi um companheiro.


Com ele você jamais estava sozinho.


Mais talvez o problema era a nossa comunicação, assim como em um relacionamento.


Hoje em dia me comunico bem, melhor do que vários antigos amores.


Já as mulheres sempre foram um problema que só mudava de nome e características.


O estímulo maior, era que a cada uma que entrava na minha vida, era completamente diferente da outra.


Então era um jogo excitante.


Nunca fui um cara que seguia padrões com mulheres.


A não ser a loucura.


Mas toda vez que entrava uma mulher na minha vida e eu trilhava aquele caminho de desvendar sua alma, era ali que eu parecia descobrir a droga perfeita.


Paixão pode ser uma droga pesada.

Meu escritor favorito sempre dizia;


“Muito cara legal foi parar debaixo de uma ponte por causa de uma mulher.”

As mulheres sempre tiveram esse potencial na minha vida, umas, até tentaram.


E não tem essa de estar calejado, me apaixono pelo próximo amor como se tivesse 16 anos.


Deixo aquela droga fluir e com um sorriso no rosto e olhos brilhando quando a vejo, eu sou levado naquele efeito maravilhoso.


Consigo percebe na minha pele em segundos o potencial daquela droga.


Tenho algumas histórias de drogas com mulheres. 


Essas poderiam ter me tirado do rumo de vez.


Eu chamaria de um real coquetel molotov.


O problema que você joga em si mesmo.


Uma vez uma linda conhecida me guiou por uma viagem de MDMA.


Talvez essa historia vire um conto em breve.


Aquela trilha tinha tudo para dar errado.


A gente tinha uma atração assustadora.


Aquela ideia parecia ser o meu caminho sem volta.


E às vezes é o que procuramos.


Não voltar.


La estava eu novamente.


Deixando mais uma droga entrar na minha vida.


Vestindo meu uniforme de inimigo público internacional dos narcóticos anônimos com minha plaquinha na mão. Eu quero você.


O MD me levou para um lugar indescritível e com aquela droga perfeita no combo, eu era o cara mais feliz do mundo.


E toda vez que passava por uma experiência dessas, parecia que eu seria o próximo cara legal que iria parar debaixo da ponte.


Meu lema seria sempre, deixe ela te destruir e sorria.


Tem funcionado assim, pelo menos é o que consta nas minhas anotações.


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